Ano acabando, muita
gente revendo tudo, inclusive a carreira. Pessoas que trabalham no que
gostam, outras nem tão apaixonadas assim. Mas hoje eu queria falar com quem
levou um pé na bunda.
E um PÉ NA BUNDA DE UMA EMPRESA DÓI. EU JÁ PASSEI POR ISSO.
Quem circula
por aqui provavelmente faz network, procura recolocação, mas será que essas
pessoas se conhecem de verdade antes de buscar uma outra
coisa pra fazer?
Digo isso
porque quando fui demitida de uma empresa eu estava num cargo executivo. Era
diretora comercial, bem sucedida. Tinha uma série de benefícios, além do
excelente salário.
E AÍ, DO DIA PRA NOITE, TUDO ACABOU.
Sem
crachá era como se eu tivesse perdido a minha identidade.
Fiquei
num limbo, as pessoas não atendiam meus telefonemas, não recebiam meu currículo.
Só quem já passou por isso sabe a situação de merda que é ser mandado embora.
Esse ano
tivemos um número assustador de pessoas que foram ‘desligadas’ de suas
empresas. E para essas pessoas eu digo: pra tudo tem um jeito.
TENTEI ME RECOLOCAR NO MERCADO. NÃO DEU.
TENTEI EMPREENDER. NÃO
DEU.
Fiquei
naquela situação que a gente bem conhece, de desespero, por um bom tempo. Até
que parei pra pensar: o que eu sabia fazer? Quais eram meus talentos?
Eu tinha
dirigido algumas revistas femininas, então conhecia o público. Era jornalista,
sabia fazer conteúdo e vendê-lo comercialmente. Juntei tudo isso num pacote e
bati na porta de uma emissora.
Eles
aceitaram. Não tinham nada a perder. Nem eu.
AGARRADA À ÚNICA OPORTUNIDADE QUE EU TINHA, COM REMUNERAÇÃO
SÓ PRA GASOLINA E GASTOS BÁSICOS, me virei como pude e comecei a pegar gosto
pelo que estava fazendo. O resultado daquela experiência seria proporcional ao
meu esforço. E deu certo.
O Note E Anote se tornou um programa de aproximadas
oito horas diárias. Eu fazia conteúdo, roteiro, vendia merchan. E aplicava
tudo que eu sabia numa coisa nova.
Então, voltando ao pé na bunda: EU DIRIA QUE NADA PODERIA TER ACONTECIDO DE MELHOR NA MINHA VIDA.
(Texto de Ana Maria Braga)
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