A história de Arnold Schwarzenegger é única, intrigante e divertida. Se sua vida fosse transformada em filme, ninguém acreditaria que tudo o que ele viveu é verdade.
Em 1947 nasceu, Arnold Alois Schwarzenegger em Thal, Áustria, uma pequena vila próxima à capital da Estíria, Graz. Seus pais eram: o chefe da polícia local Gustav Schwarzenegger (1907 – 1972), e sua esposa, Aurelia Jadrny (1922 – 1998). Casaram-se em 20 de outubro de 1945 – Gustav tinha 38 anos, e Aurelia tinha 23; era viúva com um filho chamado Meinhard. De acordo com Schwarzenegger, ambos os pais eram muito rigorosos: "Naquela época, na Áustria, havia um mundo muito diferente; se fizéssemos alguma coisa ruim ou desobedecêssemos os pais, a punição não seria poupada." Ele cresceu em uma família Católica Romana, e ia à Igreja todo domingo.
Há relatos de que Gustav tinha uma preferência por Meinhard, o mais velho dos dois filhos.Seu favoritismo era "forte e flagrante", o que resultou na suspeita de que Arnold não era seu filho.Schwarzenegger disse que seu pai "não tinha paciência para ouvir ou entender seus problemas… havia uma parede; uma parede de verdade."Arnold tinha uma boa relação com sua mãe, e manteve contato com ela até o dia de sua morte.Na vida adulta, Schwarzenegger encomendou ao Simon Wiesenthal Center uma pesquisa sobre os tempos de guerra de seu pai. Os relatórios vieram sem nenhuma evidência de atrocidade, apesar da adesão de Gustav ao Partido Nazista e ao SA.Na escola, Schwarzenegger era aparentemente normal e ficou conhecido como um personagem "alegre, bem-humorado e exuberante somente por ter sido o Slan do ano".Dinheiro era um problema na família; Arnold lembrou que um de seus auges na juventude foi quando a família comprou uma geladeira.
A fome assolava sua pequena cidade natal, na zona rural da Áustria. Filho de um rígido policial, desde pequeno ele sonhava em ir para os Estados Unidos e se tornar campeão de fisiculturismo e astro de cinema.
Aos 14 anos, iniciou seu treinamento físico pois era fraco e franzino e decidiu mudar isso e se tornar o homem mais musculoso do mundo
Aos 18 anos, fugiu do exército para participar de sua primeira competição internacional e conquistou o título de campeão juvenil do Mister Europa, na Alemanha.
OBJETIVO E ATITUDE
“Kurt Marnul conseguiu vencer o Mister Áustria”, eu pensava, “e ele já me disse que eu também poderia se treinasse bastante, então é isso que eu vou fazer.” Pensar assim transformava as horas que eu passava levantando toneladas de aço e ferro em uma verdadeira alegria. Cada série extenuante, cada repetição a mais eram passos em direção ao meu objetivo de vencer o Mister Áustria e participar do concurso Mister Europa.
Pela primeira vez na vida, eu podia comer carne todos os dias – proteína de verdade. Ganhei músculos tão rápido que perdia o uniforme a cada três meses e tinha que passar para o tamanho superior.
No mundo do fisiculturismo, a notícia de minha vitória em Stuttgart continuava a se espalhar. Eu saíra na capa de várias revistas, pois era um bom personagem para as matérias: um garoto austríaco saído do nada, com 18 anos e bíceps de 48 centímetros.
Aos 20 havia sido coroado Mister Universo que diga-se de passagem, venceu 7 vezes.
SEDE POR VITÓRIA
Depois disso, nunca mais participei de nenhuma competição só por competir. Eu me inscrevia para ganhar. Mesmo que nem sempre vencesse, era esse o meu estado de espírito. Eu me tornei um verdadeiro animal. Se você conseguisse ler meus pensamentos antes de um concurso, ouviria mais ou menos o seguinte: “Eu mereço esse pódio, esse pódio é meu, e o mar vai ter que se abrir para mim. Saia da minha frente, porra, estou decidido. Pode ir descendo daí e me dar o troféu.”
Na última sequência, eu estava totalmente afiado. Fosse qual fosse a pose que Sergio fizesse para exibir sua força, eu fazia outra equivalente para exibir a minha. Mais importante, porém, era que, ali, quem estava disposto a dar tudo de si era eu. Eu estava com mais garra que Sergio. Queria o título mais do que ele.
Apesar das dúvidas, eu achava que poderia vencer. Teria que voltar a meu peso de competição, mas já fizera algo parecido antes, depois da cirurgia no joelho, em 1972. Na época, minha coxa esquerda atrofiou de 71 para 57 centímetros, mas consegui fazer com que aumentasse mais do que nunca a tempo do Mister Olympia daquele ano. Minha teoria era que as células musculares, assim como as de gordura, têm memória, ou seja, podem voltar rapidamente ao que eram antes. Mas é claro que também havia incertezas. Eu iria querer apresentar um desempenho ainda melhor do que o do Madison Square Garden, então será que deveria recuperar meus 113 quilos ou aparecer mais magro? Fosse qual fosse a resposta, achei que seria possível.
“Olhe aqui, o seu sotaque assusta as pessoas”, disse o cara da ICM. “Você tem um corpo grande demais para o cinema. Seu nome não caberia nem no cartaz. Tudo em você é muito estranho.” Ele não disse isso de um jeito cruel e se ofereceu para me ajudar de outras formas: “Por que não continua no negócio das academias? Podemos criar uma rede de franquias. Ou então podemos ajudá-lo a organizar seminários e palestras, ou a escrever um livro contando a sua história, algo do tipo.”
As pessoas viviam falando sobre como havia lugar apenas para poucos atores no topo da pirâmide do sucesso, mas eu sempre tivera certeza de que cabia mais um. Sentia que, como havia muito pouco espaço, as pessoas ficavam intimidadas e se sentiam mais à vontade permanecendo na parte de baixo. Na verdade, porém, quanto mais gente pensa assim, mais cheia fica a parte inferior! Não vá para onde estiver lotado. Vá para onde estiver vazio. Embora seja mais difícil de chegar, é lá que é o seu lugar, e é lá que haverá menos competição.
Aos 21 anos, estava morando em Los Angeles
Auto-conhecimento
Decidi que ficar nos Estados Unidos tinha que significar que eu nunca mais seria um amador na vida. Naquele momento a brincadeira começaria para valer. Havia muito trabalho pela frente. E eu tinha que começar como um profissional. Não queria nunca mais sair de uma competição de fisiculturismo como saíra da de Miami.
Entreguei à minha mãe a placa que servia de troféu e sugeri que ela a levasse para casa. Ela ficou muito feliz. Foi um momento importante – sobretudo para meu pai, cujo comentário em relação à minha prática do fisiculturismo sempre fora: “Por que você não faz alguma coisa útil? Vá cortar lenha.”
O único jeito de me tornar protagonista era tratar a mim mesmo como tal e trabalhar duro para isso. Se eu não acreditasse em mim mesmo, como é que os outros iriam acreditar?
Em 5 anos, aprendeu inglês e se tornou o maior fisiculturista de todos os tempos.
Em 10 anos, já possuía diploma universitário e havia acumulado uma fortuna graças a seus negócios nos setores de construção civil, imóveis e fisiculturismo.
Em 20 anos, tornou-se um dos maiores heróis de filmes de ação do mundo. Com a determinação e a ousadia que lhe renderam fama no esporte, consagrou-se também como astro de cinema.
Trinta e seis anos depois de chegar aos Estados Unidos, elegeu-se governador da Califórnia, a sétima maior economia do mundo.
Durante seus dois mandatos enfrentou crises orçamentárias, desastres naturais e muita agitação política, superando as divergências em prol do meio ambiente, da reforma eleitoral e das soluções bipartidárias.
POLÍTICA
Para os políticos, falei: “Ser moderado não é sinônimo de ser fraco, ou sem-graça, ou indeciso. Ser moderado significa ser bem equilibrado, bem fundado. O povo americano é instintivamente centrista. Nosso governo também deveria ser assim. Os partidos políticos dos Estados Unidos deveriam voltar ao centro, que é onde o povo está.”
E lembrei aos eleitores: “A esquerda e a direita não detêm o monopólio da consciência. Não podemos deixá-las pensar que detêm. É possível ser moderado e ter princípios. É possível buscar um consenso e manter as próprias convicções. Existe princípio maior do que ceder parte de sua posição em nome de um bem mais importante? Foi assim que conseguimos chegar a uma Constituição neste país. Se não tivessem entrado em um acordo, nossos Pais Fundadores estariam reunidos até hoje no Holiday Inn de Filadélfia.”
Foi casado por mais de 20 anos com a jornalista Maria Shriver — sobrinha do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy —, com quem teve quatro filhos. Em 2011, quando veio à tona seu caso extraconjugal com uma empregada, o casal se separou, mas ele tentou a todo o custo manter sua família unida.
VIVER
Minha definição de vida é estar sempre empolgado – é essa a diferença entre viver e existir.
Para mim, o trabalho não parecia nada puxado – era apenas normal. Você faz um filme ou escreve um livro, promove-o até não poder mais, viaja pelo mundo, porque o mundo é o seu mercado, e, enquanto isso, malha, cuida dos negócios e explora ainda mais oportunidades. Era tudo uma diversão, e foi por isso que nunca pensei: “Ai, meu Deus, olhe só quanto trabalho. Que pressão!”
DISCIPLINA
Sempre dividia meu treino em duas sessões. Às segundas, quartas e sextas de manhã, eu me concentrava, por exemplo, no peito e nas costas. À noite, voltava e trabalhava coxas e panturrilhas, depois treinava poses e fazia outros exercícios. Às terças, quintas e sábados era a vez de ombros, braços e antebraços. Sem esquecer, é claro, panturrilhas e abdominais todos os dias, exceto aos domingos, quando descansava.
Para tirar o máximo de minhas sessões de exercícios, eu sempre precisava de objetivos específicos, para fazer a adrenalina fluir. E foi assim que aprendi que estar no alto da montanha é mais difícil que escalá-la.
Vendas por correspondência, ia às aulas de interpretação, ia à faculdade, malhava três horas por dia e trabalhava em obras de construção. Era demais para uma pessoa só. Muitas vezes, me sentia sobrecarregado e começava a pensar: “Como posso continuar dando conta de tudo isso?
Conan não faria isso ao embainhar a espada. Além, é claro, de ter que ser ambidestro. Tudo isso se aprende à custa de muita repetição. É preciso treinar cada movimento 30, 40, 50 vezes até dominá-lo plenamente. Desde a época do fisiculturismo, eu aprendera que tudo na vida é questão de repetição e prática. Quanto mais você esquia, melhor saberá esquiar; quanto mais repetições fizer, melhor será o seu corpo. Acredito muito em trabalhar duro, em suar a camisa e não parar antes de alcançar o objetivo, então esse desafio me atraía.
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